A PAISAGEM DE LONGA DURAÇÃO DO ALTO VALE DO JEQUITINHONHA – OS VESTÍGIOS DE OCUPAÇÃO HUMANA DO HOLOCENO MÉDIO NA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL, MINAS GERAIS – BRASIL

Átila Perillo Filho

No Alto Vale do Jequitinhonha, na serra do Espinhaço meridional, encontram-se três sítios arqueológicos, todos em abrigos sob rocha quartzíticas, apresentando representações culturais em suas pinturas rupestres e remanescentes líticos. Estes sítios são uma pequena parcela de tantos outros sítios arqueológicos evidenciados na região centro-norte de Minas Gerais, Brasil. Em todos eles obtiveram-se datações relativas a uma ocupação humana durante o Holoceno médio, algo recente para a arqueologia regional. As datações que asseguram a presença humana no período do médio Holoceno confrontam a discussão de que ocorreu um hiato populacional nesta região durante tal período. Desta forma ao analisarmos os dados dos sítios arqueológicos descritos neste artigo podemos observar que a região apresenta uma ocupação de Longa Duração da paisagem que remete deste à transição do Pleistoceno para o Holoceno até tempos menos recuados, com datações indicando a produção artefatual lítica sendo realizada durante os últimos dois centenários. O número de sítios já identificados associado com a densidade de cultura material presente nos mesmos (em grande parte são materiais líticos e pinturas rupestres, podendo haver também enterros e a presença de sementes, porém nos últimos exemplos isso ocorre em baixa quantidade) aponta para que o Espinhaço Meridional seja caracterizado como um lugar de ocupação persistente. Palavras-chave: Sítios Arqueológicos; Longa Duração; Paisagens.