A montanha marroquina, outrora considerada uma terra rebelde e ingrata, é hoje considerada pelos autores de estratégias e políticas territoriais como uma revelação de recursos patrimoniais, sendo objeto de um processo patrimonial. Essa dinâmica de desenvolvimento não pode ser questionada independentemente da relação do binómio Património / Turismo possa assumir na sua natureza co-constitutiva. A nossa reflexão focouse no aspecto evolutivo destes dois componentes, mostrando como - ao serem sujeitos a programas de desenvolvimento para áreas montanhosas em dificuldade -, contribuíram para a construção de territórios, dando origem a novas mobilidades animadas por diversos olhares e interesses. A multiplicação de iniciativas sobre o Património tornou-se num fato comprovado, em grande parte orquestrado pelo Estado, esteve sujeita ao consumo excessivo cujos benefícios escapam amplamente às comunidades locais. As propriedades do Património parecem cada vez mais esvaziadas de seus encargos simbólicos e culturais e, ao contrário, exigem valor de mercado. É com base nessa observação que este artigo nos convida a retornar aos fundamentos do desenvolvimento do Património, compreendendo modos e desafios, a fim de o tornar num modelo real para o desenvolvimento e aprimoramento da montanha em Marrocos. Palavras-chave: Património, Desenvolvimento, Turismo, Dialógico, Atores, Dinâmica Territorial.