Editorial

Ana Cruz

Brasil, Angola, Cabo Verde e Portugal surgem em destaque neste número de Dezembro. Abrimos o número da publicação perioódica com a investigação etnográfica que se desenvolve em ambiente urbano e está especialmente vocacionado para as comunidades que vivem o seu passado em espaços contemporâneos. Uma experiência de particular relevância relaciona-se com a escavação em contexto contemporâneo numa área ocupada anteriormente pela aldeia jesuíta de Nossa Senhora da Escada dos Índios de Olivença, na qual se detectou (para além do que hoje consideramos “lixo doméstico”, mas que um dia virá a ser conhecido por achados da ocupação humana da aldeia global) cultura material cuja datação relative aponta para uma ocupação autóctone Pré-Colombiana. Angola trás-nos como excelente contributo num texto teórico denso e robusto sobre a relação entre o processo de adaptação ao Ensino Superior tendo como pano de fundo conceitos que tomamos como certos, a saber: bem-estar, tempo cronológico e ajustamento académico, onde se deverá ter sempre presente a dinâmica e a qualidade na formação de quadros intermédios e superiores com visão estratégica. Outro texto de reflexão de cariz teórico coloca-nos perante uma leitura marxista da Arqueologia de Contrato, tão actual como o são os condicionalismos em que a maior parte do globo vive em termos financeiros. Inestigação de “formiguinha” mas sólida e de grande importância encontramos na georeferênciação de sítios arqueológicos a partir do espólio do Instituto de Investigação Científica Tropical, sublinhando a importância dos Sistemas de Informação geográfica em trabalhos arqueológicos. A Produção de Cal em Cabo Verde inaugura a participação de colegas deste País na nossa revista, inauguração essa que nos apresenta a ocupação humana passada nas Ilhas de forma objectiva e com um pendente científico que sempre agrada aos leitores destas temáticas. Finalizamos este volume com a presenla Ibérica através do trabalho científico e maduro que discute, teoricamente, o tipo de discursos que a Arqueologia desenvolveu no Nordeste de Portugal e na Galiuza acerca da humana hgumana proto-histórica. Este número é sem dúvida um bom pretexto para passar um bom fim-de-semana. Que a leitura seja bem-vinda.