CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS GÉNESE INSTITUCIONAL E SUA ATIVIDADE FINANCEIRA

Helena Real Gomes e Joaquim Pombo Gonçalves

O presente estudo aborda a continuidade do tema desenvolvido no último Ideário Patrimonial sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD). Foca-se na criação do Banco do Estado e na sua missão, constituindo um instrumento fundamental para procurar fazer face à dívida pública. A fundação da CGD em 1876 tinha um objetivo muito próprio e ocorreu num período bastante conturbado no campo económico, politico e social, muito em parte motivado pela anterior política de fomento do Governo nacional. A CGD centralizou os fundos dos vários depósitos públicos que se encontravam noutros organismos e através da criação da Conta antiga, na qual foi reunido o histórico dos movimentos anteriores à sua criação, exclusivamente da responsabilidade do Tesouro. Como consequência imediata desse facto, ocorreu a criação de uma Conta moderna, metodologia que marcava o início da atividade de gestão contabilística da Caixa. Na fase inicial da sua existência, a CGD disponibilizou dois serviços marcantes na sua atividade bancária: em 1880 foi criada a Caixa Económica Portuguesa (CEP), como meio que possibilitava às classes menos favorecidas de empregar as suas economias, e, em 1918, foi criada a Casa de Crédito Popular (CCP), a qual se encontrava vocacionada para a concessão de empréstimos sobre penhores. No entanto, a Caixa rapidamente evoluiu na expetativa de acompanhar o movimento financeiro europeu no intuito de aumentar as suas funções como instituição bancária. Essa meta foi alcançada depois de se autonomizar da Junta do Crédito Público (JCP) em 1896. Como consequência desta independência, a atividade da CGD evoluiu gradualmente na intensificação da concessão de empréstimos, destacando-se o apoio à agricultura, à indústria e, mais tarde, à construção.