Para Quem se Preserva?: Entre Passado e Futuro dos Caminhos da Agenda Patrimonial Brasileira

Christiane Heloisa Kalb

Neste estudo pretendo discutir alguns caminhos tomados pela agenda patrimonial brasileira. Numa abordagem revisionista trago algumas evanescências sobre os conceitos de cultura e de patrimônio, na sequência revisito o passado da agenda patrimonial, tendo como ponto de partida os anos trinta. Na terceira parte trabalho com algumas políticas públicas que gerem o campo do patrimônio brasileiro e por fim, proponho algumas perspectivas futuras para esta agenda, ainda que de modo bastante incerto, tendo em vista alguns enclaves que os técnicos que trabalham na área sofrem cotidianamente. A fim de debater uma conexão entre o que é cultura e patrimônio hoje e o planejamento urbano das cidades, trago à tona a problemática dos equipamentos urbanos, como teatros, cinemas, auditórios, que ou se tornaram ruínas urbanas de outros tempos históricos ou foram patrimonializados, ganhando novos usos na urbe. Por ora, o que se conclui é que tendo em vista o passado da agenda patrimonial brasileira, os bens culturais tidos como patrimônio, muitas vezes, ficam nas mãos de agentes políticos e/ou da elite, deslegitimando os grupos sociais que realmente deveriam ser empoderados para gerir e cuidar destes bens.