CAIXA GERAL DEPÓSITOS. A ARQUITETURA DAS FILIAIS

Joaquim Pombo Gonçalves e Helena Real Gomes

O presente artigo faz uma abordagem, num enquadramento histórico, das principais caraterísticas dos edifícios construídos pela Caixa Geral de Depósitos (CGD), quer os realizados sob sua gestão direta quer através de entidades constituídas por determinação governamental. O objetivo seria desempenharem a função de Filiais enquanto polos centrais de gestão dos seus serviços bancários junto das comunidades locais. No planeamento de construção destes edifícios, a CGD procurou definir pressupostos que transmitissem características de prestígio, solidez e idoneidade: a localização, materiais aplicados, condições de trabalho e de habitabilidade, assim como a atribuição dos projetos a arquitetos e artistas nacionais prestigiados. Para além destes, enquadravam-se no planeamento e execução dos projetos as orientações políticas definidas pelo Estado Novo para a atividade bancária. Considerando que os edifícios em análise datam, maioritariamente, das décadas de 1930-1940, este património imobiliário reflete uma preocupação da instituição em se adaptar ao dinamismo da sua atividade, conforme evolução e aperfeiçoamento dos serviços disponibilizados. Estes resultaram da crescente procura por parte de clientes que, apesar da sua diversidade social, foram atribuindo à CGD uma imagem de confiança e qualidade. Esta imagem estava consonante com os objetivos pretendidos pela CGD aquando da decisão de implementação, a nível nacional, de uma rede de balcões. Estes consistiam essencialmente na recolha, guarda e administração dos capitais provenientes do Estado ou geridos por organizações a ele afetas e que resultavam na crescente aproximação da instituição ao público. Foram definidas orientações legislativas que permitiram ampliar o âmbito da missão da CGD sendo disso exemplo a criação da Caixa Económica Portuguesa (CEP), em 1880, e a Casa de Crédito Popular (CCP), em 1918. Dessas orientações resultaram normas internas que procuravam adequar os serviços às crescentes responsabilidades, criando padrões comuns nas edificações construídas de raiz, no que se referia às linhas arquitetónicas e à organização dos espaços interiores. Palavras-chave: arquitetura; Caixa Geral de Depósitos; edifícios; serviços.