A Mamoa de Eireira (Afife, Viana do Castelo) foi alvo de quatro campanhas de escavação por Eduardo Jorge Lopes da Silva, no âmbito do projeto de investigação intitulado “O Estudo do Megalitismo Minhoto e a sua Correlação com o Douro Litoral e Beiras”, entre 1986 e 1989. No entanto, a publicação integral dos resultados não foi levada a cabo, conhecendo-se apenas notícias arqueológicas e descrições genéricas do monumento. Existe, assim, uma lacuna de conhecimentos sobre as características construtivas deste imóvel, sobre a matéria com que foi erigido, sobre a sua contextualização no espaço em que se insere e ainda sobre o mobiliário funerário exumado no decurso dos trabalhos arqueológicos. A consulta dos relatórios entregues à tutela por este investigador, bem como novos trabalhos de limpeza efetuados por nós neste monumento em julho de 2013 permitiram, entre outras coisas, descobrir novos dados que aqui pretendemos dar a conhecer, ancorando-nos numa premissa básica: no estudo do mundo funerário nada é arbitrário, todos os elementos são o resultado de uma escolha criteriosa, os quais guardam uma mensagem ou contam uma história e deverão, inevitavelmente, associar-se às conceções da morte no Neolítico.